Durante muito tempo não me achava uma pessoa empreendedora e me incomodava quando as pessoas me diziam que eu era super empreendedora.
Estranho, não? Pois é, muita coisa mudou na minha cabeça depois que comecei a me conhecer melhor, mas isso é papo para outro texto.
O que eu quero falar hoje é sobre o quanto empreendemos e não nos damos conta disso. Se você também tem dúvidas sobre o seu grau de empreendedorismo, não se estresse. Isso é normal! Talvez esse texto faça você olhar para o que tem feito e se descubra também uma empreendedora.
Como me descobri empreendedora?
Se você não sabe, eu sou advogada e fui funcionária de três grandes empresas privadas. Meu dia a dia era um sufoco, só problemas! As pessoas só me procuravam quando alguma coisa tinha dado errado. Raramente alguém procura o “jurídico” para prevenir alguma coisa.
Cansada dessa vida, comecei a pregar um novo preceito dentro da empresa o da PREVENÇÃO! O que, eu como advogada, poderia ajudar as demais áreas a prevenir processos contra ou até mesmo a favor da empresa.
O plano deu certo. Comecei a me envolver em praticamente todas as decisões estratégicas dessas empresas. Tive que começar a entender de assuntos muito técnicos e de negócios que fugiam totalmente do meu conhecimento jurídico, mas eu adorava. Desta forma, tínhamos (eu e os demais gerentes e diretores) a possibilidade de olhar por todos os ângulos e saber quais os riscos assumiríamos quando a empresa traçava uma estratégia.
Um belo dia, (apesar de não me achar empreendedora, eu sempre lia o site da endeavor) lendo uma matéria sobre empreendedorismo no referido site, eu vi uma definição de empreendedorismo que me chamou MUITA atenção.
“empreendedorismo – é a disposição para identificar problemas e oportunidades e investir recursos e competências na criação de um negócio, projeto ou movimento que seja capaz de alavancar mudanças e gerar um impacto positivo.”
Foi a partir desse dia que comecei a olhar para mim mesma com outros olhos. Comecei a reconhecer que eu era sim, empreendedora. Foi como me descobri empreendedora! Que meu empreendedorismo fez com que o departamento jurídico passasse a se envolver nas decisões estratégicas, para ajudar às demais área da empresa a tomarem decisões mais assertivas.
A prevenção que eu tanto pregava consistia em identificar problemas e oportunidades (para evitar processos contra a empresa) e usar minhas competências para criar soluções que mudassem ou minimizassem o risco que iríamos correr com determinada decisão. Assim teríamos a chance de ter um resultado positivo.
Foi nessa época que comecei a entender o que as pessoas me diziam (sobre ser empreendedora) que eu não aceitava. Isto porque eu não entendia o que era realmente ser empreendedora.
Na minha cabeça ser empreendedora era uma coisa muito arriscada, que exigia alto nível de criatividade e que alguém dentro de uma empresa com hierarquia rígida, nunca conseguiria ser. Ou seja, exatamente a situação em que eu vivia na época.
Grande engano, a gente pode ser empreendedora em qualquer lugar de nossas vidas: em casa, na faculdade, no trabalho, em família, ou seja, onde tivermos condição de identificar problemas e conseguirmos mudar alguma coisa que gere um impacto positivo.
Penso muito nisso, porque vejo o quanto à mulher tem desenvolvido o seu lado empreendedor. Hoje em dia é raro não vermos mulheres trabalhando e já pensou em quantas mulheres têm casa, família, trabalho e filhos para cuidar?
Pois é, se não formos, um pouquinho empreendedora, vamos enlouquecer!
Por isso toda vez que você achar que não é uma empreendedora, lembre-se da definição da endeavor, que rapidinho você vai mudar o seu pensamento. Porque identificar problemas e achar as soluções é o que mais fazemos no nosso dia-a-dia.
E foi assim que me descobri empreendedora!
Uma excelente semana para todas nós.
Gláucia Coutinho
Eu sou a Gláucia Coutinho, advogada, coach e especialista em finanças pessoais e investimentos. Sou apaixonada pelo comportamento humano e como ele pode ajudar ou prejudicar o nosso sucesso financeiro.