O papo de hoje é sobre o quanto o dinheiro nos deixam ansiosas e estressadas.
Quem aqui já se pegou pensando assim: “se eu ganhasse um pouquinho mais, minha vida seria mais tranquila” ou “se eu ganhasse na loteria, eu nunca mais ia precisar me preocupar com dinheiro”?
A maioria das pessoas tem tanta aversão ao dinheiro, que nosso objetivo é não ter que lidar com ele. Falando do ponto de vista de administrá-lo, por que gastar todo mundo quer. Não é mesmo?
A aversão vem do fato de associar o dinheiro ao estresse a ansiedade. E geralmente esse estresse vem da falta de conhecimento de como lidar com ele.
O fato é que temos que lidar com o que temos de dinheiro hoje.
A questão da educação financeira tem que acontecer enquanto nós temos pouco dinheiro, pois vamos aprender a cuidá -lo de forma consciente e eficiente.
Assim quando começarmos a ganhar mais, saberemos administrá-lo e fazê-lo render muito mais.
O objetivo aqui é fazer com que a gente tenha uma relação mais saudável com nosso dinheiro e não olhá-lo como uma dificuldade com a qual temos que lidar todo mês.
Olhamos o nosso dinheiro, única e exclusivamente, como o meio pelo qual conseguimos alcançar nossos sonhos e desejos.
A questão é que: organizar e planejar nossas ações, envolvendo o dinheiro, é o que realmente vai fazer o dinheiro ser nosso amigo.
Se você conseguir dominar o dinheiro, de forma que você consiga planejar o que quer, poupar e investir para alcançar o seu sonho, você mostra que quem conduz essa relação é você e não o próprio dinheiro.
Quando a gente vive o tempo todo, correndo atrás de pagar as contas, significa que estamos trabalhando para cumprir nossas obrigações.
Desse jeito nunca vai sobrar tempo, nem dinheiro para realizar seus sonhos.
Eu quero fazer um exercício com vocês.
Pense na seguinte hipótese:
- Você escolhe para as suas férias um cruzeiro de 7 dias pelo Brasil e América do Sul. Divide o valor em 10 prestações de R$ 300,00 e viaja. Os 7 dias passam e você volta com mais 9 prestações para a frente.
Obviamente você não consegue planejar as próximas férias antes de pagar as parcelas que faltam da viagem que já aconteceu, certo?
A segunda hipótese é a seguinte:
- Você junta R$ 270,00 todo mês, por 10 meses Você juntou R$ 2.700,00. Opta pela mesma viagem e compra o pacote à vista, por que conseguiu um desconto de 10% (a inflação está em 3,5%). Assim quando você voltar de férias, já pode começar a poupar para a próxima viagem.
Qual das duas opções seria a situação ideal? Por que seria a opção ideal?
A segunda não acham? Sim, por que seria a opção que nos gera menos ansiedade e estresse.
Agora vem a grande pergunta: Por que então a gente não consegue fazer isso?
Se eu sei o que preciso e como devo fazer, por que eu não consigo fazer? Por que nossas decisões em relação ao dinheiro são emocionais. São imediatistas.
Isso mesmo, quando estamos estressados ou ansiosos no dia-a-dia, a gente sai para comprar coisas que não precisamos e acabamos com o valor que seria destinado para o investimento das férias.
A gente sempre acha que merece comer alguma coisa na rua, porque trabalhamos muito, estamos cansadas e não queremos cozinhar naquele dia.
A questão é que, algumas refeições não programadas fora de casa, vão te fazer ficar 10 meses ansiosa pagando pela viagem de férias.
E não é só isso, aí você pensa que não tem um fundo de emergência (aumenta a ansiedade), pensa que esta cansada do seu trabalho e gostaria de trocar, mas como vai fazer isso se não tem como se manter sem ele?
Pensa em todas as compras parceladas, que estão no cartão de crédito e que você nem precisava tanto assim.
A ansiedade bate o nível máximo de estresse. Você se sente sem saída! Incapaz, envergonhada e, se convence, que todo mundo passa por isso. Não precisa ficar se culpando, RELAXA!
Passar por todo esse processo estressante e voltar para a bola de neve não resolve o problema. Em poucos dias você vai viver essa sequência de pensamentos de novo.
E vai sentir tudo de novo.
Não, eu não sou bruxa. A nossa sociedade nos educou dessa forma e se não pararmos e questionarmos o que está acontecendo, vamos viver ansiosas e estressadas por causa do dinheiro o resto da vida.
Temos que sair do âmbito técnico da educação financeira para falar de comportamento e responsabilização.
Olhamos o dinheiro de acordo com o que ele nos faz sentir.
E o que eu quero deixar aqui é a pergunta: Eu quero que o meu dinheiro me faça sentir bem ou mal?
Gláucia Coutinho
Eu sou a Gláucia Coutinho, advogada, coach e especialista em finanças pessoais e investimentos. Sou apaixonada pelo comportamento humano e como ele pode ajudar ou prejudicar o nosso sucesso financeiro.